FRATURA DE HOFFA BILATERAL – UM RELATO DE CASO
TEMA:
Joelho
FORMATO DE APRESENTAÇÃO:
Pôster eletrônico (e-poster)
PALAVRAS-CHAVE:
Fratura de Hoffa; Fratura coronal do fêmur; Fratura do fêmur distal
INTRODUÇÃO: As fraturas de Busch-Hoffa são lesões raras, descritas como fraturas coronais do fêmur distal, envolvendo um ou ambos os côndilos. Representam 8,7% a 13% das fraturas distais do fêmur e apenas 0,65% de todas as fraturas de fêmur. Em relação à localização, as fraturas de Busch-Hoffa laterais respondem por cerca de 78% a 85% das lesões, seguidas pelas bicondilares. As fraturas isoladas do côndilo femoral medial são as menos frequentes. O mecanismo de trauma clássico para as fraturas no plano coronal do fêmur distal é uma força axial, com o joelho em flexão. Dependendo da posição do joelho (varo, valgo ou neutro), o padrão de fraturas pode ser lateral, medial ou ambos. A classificação clássica e universalmente utilizada para as fraturas de Busch-Hoffa foi descrita por Letenneur e cols. em 1978 e leva em consideração a orientação da linha de fratura e o tamanho do fragmento, objetivando predizer as lesões com maior risco de necrose avascular. Em 2018, Pires e cols. revisitaram a classificação de Letenneur e propuseram incluir uma variante do tipo I, caracterizada por cominuição na área de carga do côndilo femoral lateral, associada a uma linha de fratura vertical em linha com a cortical posterior do fêmur. As fraturas mediais apresentam características morfológicas peculiares e requerem estratégia de tratamento diferente. Portanto, Pires e cols. estabeleceram um novo sistema de classificação para as fraturas isoladas mediais. RELATO DO CASO: Trata-se de paciente do gênero masculino, com 16 anos, vítima de atropelamento por caminhão enquanto andava de bicicleta, sofrendo lesões em ambas as pernas. Foi avaliado inicialmente em outra cidade, submetido a imobilização com duas talas gessadas cruro maleolares e sendo referenciado, posteriormente, à Belo Horizonte. Ao exame físico, apresentava dor intensa à palpação dos joelhos, com limitação das amplitudes de movimento. Radiografias evidenciavam fratura de Busch-Hoffa lateral tipo IIA de Letenneur modificada no joelho direito e medial tipo IIC de Pires e cols. no joelho esquerdo. Foram realizadas tomografias computadorizadas de ambos os joelhos para planejamento cirúrgico. O paciente foi submetido à anestesia geral venosa e bloqueio raquimedular, posicionado em decúbito ventral horizontal. Realizamos acesso póstero-lateral no joelho direito e póstero-medial no joelho esquerdo e osteossíntese com placa terço tubular anti-cisalhamento e 2 parafusos esponjosos (roscas parciais) de posterior para anterior em ambos os joelhos. Foram obtidos escores funcionais satisfatórios aos 6 e 12 meses. DISCUSSÃO: Os desfechos para as diversas fraturas, técnicas cirúrgicas e manejo pós-operatório variaram muito dependendo das estratégias de tratamento individuais. Essa variação torna difícil identificar uma estratégia de gestão específica que alcançará excelentes resultados. A mobilização precoce parece ser incentivada pela maioria dos estudos para estimular a cicatrização óssea e evitar a rigidez articular.